ENGAJAMENTO E DIÁLOGO

CONSTRUIR SOLUÇÕES JUNTO COM OS ENVOLVIDOS

“Bruna, quando sai minha casa de mel? Vieram aqui, mediram a área, falaram que iam começar e até agora nada”, pergunta o agricultor Valdir Polak, em Paracatu de Baixo, a Bruna Tropia, da equipe do Diálogo, em Mariana. Segundo ele, essa recuperação está entre suas necessidades mais urgentes para que possa voltar a fazer o mel retirado de seus apiários e aumentar a renda do sítio.

Engajamento e diálogo

Valdir Polak por Ricardo Correa

“Tamara, nós estamos com vontade de invadir a igreja de Paracatu (interditada depois do rompimento) para celebrarmos as nossas missas. O povo está ficando zangado”, avisa dona Isolina Isaias, que, ao lado da filha Vanessa, foi morar em Mariana. “Olha, eu gosto demais desses meninos da Fundação (refere-se à equipe do Diálogo), mas o que eles podem de fato fazer, além de ouvir e encaminhar pedidos?”, diz seu Milton Manuel de Sena, editor-chefe do jornal A Sirene.

 

Desde o rompimento, já foram realizados 918 eventos, com a presença de 31.547 pessoas. Quatro princípios guiam esse trabalho: participação social, transparência, escuta e respeito às pessoas.

Além dessa escuta atenciosa, do cuidado para não julgar pedidos, fazer parte da equipe de Diálogo (em março de 2017, eram 60 pessoas) significa abrir mão de horários rígidos e finais de semana. É também não ter receio de sacolejar em veículos por estrada de terra, abrir e fechar porteiras e ter sempre um espaço reservado no estômago para mais um cafezinho, um queijo e uma prosa – nem sempre amistosa. “É estar disponível e entender que, por variadas razões, nem todos têm a mesma compreensão”, comenta Thales de Toledo França, em Mariana. “Quando podia imaginar que como engenheiro, do campo de exatas, lidaria com os sentimentos e expectativas de tantas pessoas?”, diz Marcelo Werneck, que atua na região de Resplendor (ES). Ao longo do tempo, muitos vínculos são criados em meio a tantas conversas e solicitações. Na sua grande maioria, eles acabam se tornando grandes torcedores pelo futuro das pessoas ou das comunidades nesse caminho em que as histórias se cruzam.

“A gente tem de conversar, conversar, conversar. É só assim que a gente resolve situações complexas como essa que estamos vivendo. Não dá para culpar a Fundação pela falta de soluções rápidas porque eles também estão se estruturando… Mas a morosidade é algo complicado para quem foi atingido”, conta Valdir Polak, que cultiva alimentos orgânicos em Paracatu de Baixo.

Engajamento e diálogo

Reunião com os impactados (Arquivo Fundação Renova)

CONTATOS QUE RECEBEMOS EM 2016

Todos os moradores da região também podem entrar em contato direto com a Fundação por uma série de canais: Central de Atendimento 0800, 12 Centros de Informações e Atendimento, Ouvidoria e Central Rede, como detalhado na página 9. No total, recebemos mais de 64 mil manifestações em 2016: