Fundação Renova

Pesquisa aponta evolução no plantio de espécies nativas na bacia do rio Doce

Publicado em: 30/07/2020

Área monitorada está localizada nos municípios de Governador Valadares, Periquito e Galileia, em Minas Gerais

 

Árvores de quase 30 espécies nativas da Mata Atlântica, plantadas em 44 hectares (área equivalente a 44 campos de futebol), na bacia do rio Doce, estão crescendo fortes e saudáveis. A conclusão é fruto de pesquisas de campo realizadas nos últimos quatro meses pelo projeto Caminhos da Semente.

O levantamento foi feito em parceria com a Rede de Sementes e Mudas da Bacia do Rio Doce, criada pela Fundação Renova e pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN), com a colaboração da Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A área monitorada está localizada nos municípios de Governador Valadares, Periquito e Galileia, em Minas Gerais. O estudo apontou que, de um total de 57 espécies utilizadas no plantio, foram identificados 26 tipos de plantas diferentes germinadas, ou seja, quase 50% de aproveitamento. Em outra frente, o monitoramento demonstrou que a média de germinação foi de cerca de 9 mil plantas por hectare, um resultado considerado positivo.

“Esse resultado, que já é satisfatório, considerando o tempo da semeadura em média de 30 e 60 dias, pode ser ainda melhor. Com o passar do tempo, outras espécies irão germinar e serão apontadas em monitoramentos futuros, aumentando a diversidade dos plantios”, explica Felipe Tieppo, especialista em Operações Agroflorestais da Fundação Renova.

Nos plantios, foram utilizadas três metodologias diferentes: semeadura direta em berço, que consiste no plantio de sementes no pé da muda; semeadura direta em linhas, que intercala linhas de sementes e linhas de mudas, com uma distância de 3 metros entre elas; e semeadura direta a lanço, que corresponde à distribuição manual de sementes em área total.

Nesse primeiro monitoramento, as espécies cultivadas por meio da semeadura direta em berço foram as que obtiveram maior germinação. “O plantio por semeadura direta é pioneiro nessas localidades. Essa primeira experiência que tivemos foi de grande aprendizagem, por isso, vamos utilizar esses dados para as próximas ações de reflorestamento”, diz Tieppo.

O monitoramento das áreas plantadas será constante ao longo do projeto. O objetivo é identificar e analisar os resultados obtidos para melhorar o desenvolvimento de espécies já plantadas e aperfeiçoar os novos plantios.

 

Rede de Sementes e Mudas da Bacia do Rio Doce

 

Com duração de três anos, a Rede de Sementes e Mudas da Bacia do Rio Doce vai dar suporte à meta da Fundação Renova de restaurar 5 mil nascentes e 40 mil hectares de outras Áreas de Preservação Permanente (APPs) para revitalização da bacia em um período de dez anos.

O projeto foi criado para atender à grande demanda de insumos para a execução dessas ações.A Rede vai movimentar a cadeia de fornecimento de sementes e mudas nas regiões onde há áreas de recarga e preservação permanente dos mananciais de abastecimento alternativo dos municípios impactados.

A proposta é que a Rede possa vender sementes não só para a Fundação Renova, mas também para compradores de estados do Brasil inseridosno bioma de Mata Atlântica. A iniciativa, portanto, tem o intuito de impulsionar uma economia de base florestal na bacia do rio Doce e no país.

 

 

Sobre a Fundação Renova

 

A Fundação Renova é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, constituída com o exclusivo propósito de gerir e executar os programas e ações de reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão.

A Fundação foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas Vale e BHP, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.


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