Fundação Renova

RELATÓRIO DO PAINEL DO RIO DOCE IDENTIFICA LACUNAS E MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA A RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS ATINGIDAS PELO ROMPIMENTO DE BARRAGEM EM MARIANA

Publicado em: 24/09/2018

Como consequência de um dos piores desastres ambientais do Brasil, o Painel independente do Rio Doce, coordenado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), lançou o seu primeiro relatório identificando lacunas críticas e medidas que precisam ser implementadas para recuperação a longo prazo da bacia e da situação de vida das pessoas que dependem dela para ter acesso a água, comida e trabalho.

Foto: NASA Earth Observatory image by Joshua Stevens, using Landsat data from the U.S. Geological Survey

A Fundação Renova atualmente implementa 42 programas com o objetivo de auxiliar na recuperação de comunidades e ecossistemas afetados pelo rompimento da barragem de Fundão da mineradora Samarco em 2015. Porém, o Painel do Rio Doce, estabelecido por um pedido da Fundação, descobriu que uma avaliação compreensiva dos impactos sociais e ambientais do rompimento da barragem ainda precisa ser feita para definir uma linha de base necessária para medir o avanço em direção a um legado mais sustentável para a bacia, que já estava degradada antes do desastre.

Além disso, o relatório do Painel, intitulado “Os impactos do rompimento da Barragem de Fundão – o caminho para uma mitigação sustentável e resiliente”, (acesse o relatório aqui) sugere que a Fundação Renova desenvolva uma avaliação integrada dos programas de recuperação em andamento e leve em consideração potenciais riscos para os resultados esperados, como mudanças climáticas e variáveis relacionadas à forma como os recursos naturais têm sido utilizados historicamente na área.

“O primeiro relatório do Painel do Rio Doce é baseado em um ano de estudos e observação em campo para determinar como fortalecer os atuais esforços de restauração e reabilitação na bacia afetada e sua zona costeira adjacente, e para identificar medidas que vão ajudar a assegurar um legado mais sustentável e resiliente pra futuras gerações,” diz Yolanda Kakabadse, presidente do Painel independente do Rio Doce.

Foto: Marcela Haddad

“O colapso da barragem de rejeitos causou danos por 650 km ao longo de dois estados, tragicamente matando 19 pessoas, destruindo cidades e impactando fauna aquática, vegetação, lavouras e o oceano. Quase três anos depois, ainda há muito a se fazer. Mas há também uma oportunidade para restaurar e melhorar a qualidade ambiental e o modo de vida de populações afetadas,” ela adicionou.

A análise conduzida pelo Painel do Rio Doce resultou em sete recomendações. Sugere-se que a Fundação assuma uma abordagem de gestão adaptativa, além de desenvolver e implementar um plano de compartilhamento de dados e informações. Além disso, o relatório clama por mais engajamento de governos, sociedade civil e setor privado para solucionar problemas já amplamente reconhecidos, como tratamento de esgoto e desmatamento.

Foto: Marcela Haddad

O diretor-presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, recebeu bem o relatório e reafirmou o seu apoio ao trabalho do Painel.

A Fundação Renova é somente um dos atores na região tratando destes desafios. Uma vez que seus programas de mitigação dos impactos da ruptura da barragem forem satisfatoriamente implementados, seus resultados positivos precisarão ser sustentados e reforçados, e isso requer ampla participação e aceitação por todas as partes interessadas da região,” diz Sr. Waack.

“O primeiro relatório do Painel do Rio Doce endereça questões chave de uma forma abrangente, enquanto coloca recomendações imediatas que a Fundação pode considerar para assegurar que seus programas sejam tão robustos e efetivos quanto possível.”

O Painel do Rio Doce é formado por especialistas brasileiros e internacionais que trazem capacidades técnicas, qualificações acadêmicas e conhecimento local variados. Entre eles, Yolanda Kakabadse, Presidente do Painel, é ex-Ministra de Meio Ambiente do Equador e ex-Presidente da UICN. O autor líder do relatório é Luis E. Sánchez, PhD, professor de engenharia de mineração da Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

Acesse o relatório aqui.

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