Conheça mais sobre Roberto Waack, diretor-presidente da Fundação Renova, e sua missão à frente da instituição.
A Fundação Renova é presidida pelo biólogo e administrador de empresas Roberto Waack. Com extenso currículo na área de sustentabilidade, Waack mantém longo relacionamento com organizações nacionais e internacionais da sociedade civil, entre elas, WWF Brasil, Global Reporting Initiative (GRI), Forest Stewardship Council (FSC), Ethos e Fundo Brasileiro para a Biodiversidade. Conheça mais sobre ele e sua missão à frente da Fundação Renova.

Roberto Waack, diretor-presidente, da Fundação Renova. | Leo Drumond / NITRO
1 – Qual o papel da Fundação Renova diante do rompimento da barragem de Fundão?
Roberto Waack: A Fundação Renova nasce com a missão de gerir os programas de reparação, restauração e reconstrução das regiões impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão. Para isso, trabalharemos apoiados em dois grandes pilares: eficiência na gestão, trazendo soluções sempre alinhadas aos conceitos de sustentabilidade, e transparência total, ouvindo a sociedade e estimulando o diálogo acerca de todo o trabalho desenvolvido.
2 – Quais são as frentes de atuação dos programas criados e como a Fundação Renova vai gerir o andamento dos trabalhos?
RW: Os programas previstos no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) estão reunidos em duas principais frentes: socioambiental e socioeconômica e contam, desde o seu desenvolvimento, com a participação das comunidades. Além disso, serão objeto constante de monitoramento, auditorias e ampla divulgação, garantindo que a sociedade civil acompanhe as medidas tomadas e os resultados gerados.
3 – Quais os principais desafios da Fundação Renova?
RW: Temos três grandes desafios: escala, tempo e conhecimento. A Fundação Renova foi criada para reparar, restaurar e reconstruir regiões impactadas por um rompimento de grande escala. A urgência em concluir os programas é clara, mas há processos de execução que não nos permitem agir com a velocidade que gostaríamos. Já o terceiro desafio, conhecimento, refere-se ao fato de nunca termos vivido um incidente como esse antes. A entidade tem um papel fundamental no desenvolvimento de tecnologias e soluções para que esses desafios sejam superados, sempre compartilhando com todos os envolvidos, principalmente com as comunidades impactadas. Queremos trabalhar de forma rápida, porém, segura e com o compromisso de transpor barreiras e superar o desconhecido.
4 – Haverá prestação de contas à sociedade sobre o andamento dos programas?
RW: Sim. E o principal objetivo da prestação de contas é receber feedbacks sobre os trabalhos que estão sendo desenvolvidos. Queremos sempre estimular a comunicação, receber comentários e implementá-los em todo o processo de reparação, restauração e reconstrução das áreas impactadas. A base da prestação de contas é um convite ao diálogo.
5 – Qual será sua contribuição para que a Fundação Renova execute os trabalhos?
RW: Minha maior contribuição como diretor-presidente da Fundação Renova será garantir o máximo de eficiência e transparência na execução dos programas, sempre priorizando o diálogo com a sociedade para que seja possível transpor barreiras e identificar as melhores formas de desenvolver os trabalhos, sejam eles de revegetação, conservação do patrimônio cultural ou o Programa de Indenizações Mediada (PIM).
6 – O que você traz de experiência, da sua trajetória profissional, que pode fazer a diferença no processo de reconstrução das áreas impactadas?
RW: A agenda da sustentabilidade se pauta por dois grandes pontos: transparência e repertório técnico. A transparência e o estímulo ao diálogo servem de base para que haja uma construção conjunta diante de qualquer desafio ambiental. O outro elemento, repertório técnico, diz respeito à forma e ao uso das melhores tecnologias que devem ser usadas em determinados processos, como, por exemplo, restauração florestal, valorização do capital social ou regeneração de áreas degradadas. Como já estou nessa área há alguns anos, unir esses elementos é a minha principal forma de contribuir com a Fundação.
7 – O que te motivou a participar da Fundação Renova como diretor-presidente?
RW: É um desafio absolutamente concreto, de escalas muito grandes e isso é o que me atrai. O papel da Fundação Renova é olhar para frente aliada a elementos da sustentabilidade, é um modelo de atuação humana em cima da reparação, restauração e reconstrução das regiões impactadas pelo rompimento. Apesar de ser uma determinação estabelecida no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), a proposta é inovadora e será a nossa forma de lidar, de forma independente e autônoma, com uma situação de grande impacto.
8 – Como é reconstruir de maneira sustentável hoje?
RW: Reconstrução sustentável significa utilizar conceitos de sustentabilidade que hoje a sociedade indica como determinantes para o futuro da humanidade como, por exemplo, a questão das mudanças climáticas. Reconstruir uma cidade é preocupar-se também com questões como reciclagem do lixo e geração de renda paras as pessoas dessa região. Para isso, diálogo, eficiência e transparência devem caminhar lado a lado.
9 – Na sua opinião, a sociedade está preparada para aplicar os conceitos de sustentabilidade? Qual o papel da Fundação Renova nesse sentido?
RW: Há a percepção de que algo precisa ser feito, estamos mais conscientes e, no Brasil, existem nichos bastante maduros, no entanto, ainda há muito a ser feito para que, de fato, o conceito de sustentabilidade avance e seja aplicado no dia a dia das pessoas. Nesse sentido, a Fundação Renova poderá atuar também como educadora, afinal, reconstruir é educar, incorporar novas práticas e formas de lidar com capital natural, mas isso só será possível se todos os diferentes atores envolvidos participarem de forma ativa de todo o processo.
10 – Quais suas inspirações de vida e no dia a dia?
RW: Temos o papel de rearmonizar a relação do homem com o meio. Nós, como sociedade e até mesmo como espécie, fomos muito além do que o planeta pode entregar. Para mim, esse é o ponto central e a Fundação Renova pode alavancar formas de equilibrar a relação do homem com o meio. Certamente, a maneira como a Fundação lidará com o capital social e natural vai me inspirar, aliás, é isso que tem me inspirado nos últimos anos, o valor das relações humanas com o meio, o valor do diálogo e da transparência para encontrar soluções.
Maria Aparecida Barbosa
Eu moro na cachoeira escura a 42anos e não sou reconhecida como impactada,nem minha cidade como água nos ficamos mais de 75dias sem água fala que nossa cidade ficou só 6 dias sendo que no dia caminhão pipa chegou para abastecer a cidade estávamos com 6 dias sem nada de água continuamos que caminhões não consegue abastecer o suficiente todos os dias na minha casa demorou o caminhão chegar mais de 3 semana pra fim abastecer só dava pra lavar vasilha e tomar banho aí vem falar que nossa água está ótima quero ver se vc vem morar no nosso município para beber da água para fazer o uso como vc quer ,mais e morar em cachoeira escura não na sede que belo oriente que fica a 18 quilômetro do asfalto para vcs sentir o que a gente sente ou viver que a gente vive fica aqui minha indignação contra as empresas que causou tudo isso não fui eu e nem os demais.