Fundação Renova

Fundação Renova vai investir R$ 1,1 bi em restauração florestal

Publicado em: 30/05/2017 Reflorestamento

A Fundação Renova pretende restaurar 47 mil hectares no Vale do Rio Doce, com investimentos da ordem de R$ 1,1 bilhão, em 10 anos. A informação é do presidente da Renova, Roberto Waack. O valor consta no Plano de Restauração Florestal, que está sendo desenvolvido pela fundação. A expectativa é de que o documento seja concluído em menos de dois meses. No entanto, ações pontuais já estão sendo executadas na região mais afetadas pela lama oriunda do rompimento da Barragem de Fundão, no município de Mariana em novembro de 2015, que compreende 2 mil hectares. E o plano também contempla a proteção de 5 mil nascentes, ou seja, mais aproximadamente 5 mil hectares.

Segundo Waakc, começa agora um “longo caminho de realização conjunta”, com muita coisa a ser feita. Ele explica que a preocupação da Renova é com a construção do conteúdo de qualidade que possa nortear as ações de restauração que serão propostas no plano que está sendo elaborado. Há uma diversidade de modelos em análise. O certo é que as ações para restauração do Doce deverão usar várias fórmulas que podem ser inéditas ou se inspirar em modelos já em curso no país e no mundo. No entanto, Waack reforça que não há uma solução fácil, “na prateleira”: são várias e podem conviver.

A expectativa é que o processo contemple o desenho de um mosaico de credibilidade e de concretude, que possa ser implementado em campo. Waack também deixa claro que esta visão espacial, do mosaico e da paisagem, é fundamental, pois contempla tanto a restauração florestal quanto a atividade da propriedade rural. Serão privilegiadas as alternativas que geram renda e a as questões ambientais. Para o presidente da Renova, essa integração será possível, principalmente tendo em vista o “repertório fantástico” de alternativas que foram apresentadas em workshop promovido pela Renova sobre o tema com a ponderação da Fundação Dom Cabral, no início do mês.

Exemplos, como as ações já existentes no município de Extrema, no Sul de Minas, também podem nortear o plano para o Rio Doce. Nos últimos 10 anos, trabalhos de restauração florestal já foram executados em área de 7,3 mil hectares. Na próxima década, a previsão é de que outros 7 mil hectares sejam restaurados, segundo o Secretário de Meio Ambiente do município, Paulo Henrique Pereira, que está há 22 anos à frente da pasta.

Para ele, que deu início à criação de serviços ambientais com “um fusca e uma mula”, o que foi feito em Extrema pode servir de exemplo para as mais diversas localidades do Brasil e do Vale do Rio Doce. Dentro dos trabalhos há a interação com produtores rurais, sequestro de carbono e o pagamento por serviços ambientais.

O uso de Sistemas Agroflorestais (SAFs) nas propriedades rurais, a formação de corredores ecológicos e planos específicos de conservação de água (incluindo tributários e nascentes) também estão entre as ações que podem ser utilizadas para a restauração no Vale do Rio Doce.

Sobre a Fundação Renova
A Fundação Renova é uma instituição autônoma e independente constituída para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Entidade privada, sem fins lucrativos, garante transparência, legitimidade e senso de urgência a um processo complexo e de longo prazo. A Fundação foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.


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