Envolvimento e participação

A restauração das áreas impactadas e o restabelecimento da vida de todos os envolvidos só serão efetivos se forem feitos por várias mãos. Por isso, temos a missão de orientar todas as nossas ações a partir do engajamento e da transparência. Desde que assumimos as atividades de recuperação dos impactos do rompimento, procuramos construir soluções em conjunto com os envolvidos, ouvindo e abarcando de forma estruturante quem realmente está no centro de cada questão. Fazemos isso de algumas maneiras:

O nosso modelo de gestão dos Programas de restauração prevê o envolvimento dos interessados ao longo da definição de caminhos, do desenvolvimento e da execução das soluções. São envolvidos moradores locais, representantes das comunidades e especialistas diversos para participarem das discussões norteadoras das ações da Fundação Renova. Esse é um modelo ainda em fase de estruturação, e o objetivo é que envolva a sociedade em todos os principais processos estruturantes.

Ao depararmos com temas cujas soluções ainda são desconhecidas pela ciência, buscamos envolver especialistas com notório saber, para construírem juntos o conhecimento necessário à resolução daquela questão. Já foram realizados painéis, workshops e bate-papos, utilizando metodologias que contribuem para a construção coletiva de entendimentos. Foi assim, por exemplo, no painel sobre Febre Amarela, que buscou compreender alguma possível relação entre o surto da doença na bacia do rio Doce e o rompimento da barragem; e no Workshop de Manejo de Rejeito, que contou com a participação de especialistas em rejeitos, águas e recuperação de áreas degradadas, além de representantes dos órgãos ambientais responsáveis pelo assunto. Ambos os encontros puderam ser acompanhados em tempo real no nosso site, com foco no compartilhamento de conhecimento com toda a sociedade.

Em assuntos que envolvem diretamente a vida das pessoas impactadas, são elaborados métodos de construção coletiva do início ao fim do processo. Foi assim, por exemplo, com o redesenho a muitas mãos do projeto urbanístico de reassentamento de Bento Rodrigues. Juntos, os moradores elaboraram o desenho do mapa do novo Bento.

Linha de frente da Fundação Renova, nossas equipes de Diálogo lidam com as comunidades de forma muito próxima. Quase sempre, tratam de questões delicadas: dos conhecidos que se dispersaram depois que saíram de sua vila, da falta de adaptação na nova escola, da ausência de espaço para plantar, da saudade da casa e de uma vida que precisou seguir inesperadamente novos rumos. Em toda a extensão do território, procuramos dialogar individualmente com todos impactados e conhecer suas necessidades nos 40 municípios do território afetado.

Contamos também com diversos canais de atendimento, que funcionam como pontos de contato da sociedade com a Fundação.

Nas próximas páginas, apresentamos alguns exemplos de como esse diálogo contínuo já se manifesta na execução dos programas a serem executados. Uma experiência de múltiplos aprendizados, muitas vezes imperfeita, mas que entendemos ser o caminho mais adequado para alcançarmos soluções duradouras, que se sejam realmente abraçadas pelas pessoas.